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No Ano da Morte do Rei Uzias




Que alegria estar aqui com vocês, poder compartilhar um pouquinho das escrituras naquilo que o Senhor tem colocado no nosso coração. É um privilégio falar do Senhor, sempre é um privilégio. Amém. A gente ouve tantas histórias de restrições daqueles que queriam compartilhar as Escrituras com liberdade. Então, quando a gente tem uma oportunidade como essa, o nosso coração tem que se encher.


Eu queria que você abrisse a sua Bíblia no livro de Isaías. No capítulo 6, nós vamos ler um versículo. Para meditarmos um pouquinho nessa manhã na Palavra. Isaías, capítulo 6. Em Isaías 6, nós vamos ler apenas o versículo primeiro que diz assim: "No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas das suas vestes enchiam o templo". Amém. Senhor, nós te louvamos nesta manhã, Pai, eu quero te agradecer por essa oportunidade. Senhor, eu quero te agradecer por estar aqui, por poder, Senhor, compartilhar um pouco daquilo que o Senhor tem falado ao meu coração. Eu peço, Deus, para que cada um de nós aqui nessa manhã tenha o coração sensível para te ouvir, entender e obedecer. Que o nosso coração se abra, Deus, para a porção das Escrituras que o Senhor tem para as nossas vidas nesta manhã. Em nome de Jesus, amém. 


Irmãos, eu estava ali sentado. Estava ali no momento do louvor, e nós estávamos cantando e declarando algumas expressões de amor ao Senhor e ouvindo alguns irmãos falarem, declararem aquilo que estava no coração. E eu estava pensando: "Senhor, como é maravilhoso estar na sua presença e melhor ainda poder expressar o nosso amor pelo Senhor. Poder dizer para o Senhor de fato aquilo que está dentro de nós, poder expressar para o Senhor os nossos sentimentos".


E é engraçado porque, quando a gente encontra uma pessoa, ou a gente ouve falar ou conhece quem de fato encontrou Jesus e ama o Senhor, irmãos, esse amor leva essa pessoa ao extremo. Quando nós amamos o Senhor Jesus de fato, tomamos atitudes que às vezes são inusitadas, inesperadas. E, no momento que eu estava ali ouvindo e falando com o Senhor, lembrei-me de duas pessoas, duas pessoas que amaram o Senhor com tanta intensidade que esse amor ao Senhor levou elas a ter uma vida totalmente entregue ao Senhor.


A primeira pessoa de quem me lembrei foi de um livro que li, chamado "Refúgio Secreto". Esse livro conta a história de uma mulher holandesa chamada Corrie ten Boom, que viveu durante a Segunda Guerra Mundial. O livro narra um pouco do que essa mulher viveu naquele período, e conta que, durante a guerra, na Holanda, ela escondia judeus em sua casa para protegê-los do regime nazista. Fico pensando no risco que essa mulher correu, porque não só os judeus poderiam ser levados presos, mas ela mesma estava correndo o risco de ser presa por amar o Senhor e entender que esse amor a levava a proteger esse povo perseguido.


E lembrei-me de outra pessoa que, por amor ao Senhor de forma extrema, também viveu essa intensidade. Esse homem, chamado William Booth, viveu durante a Primeira Revolução Industrial na Inglaterra. Embora o país estivesse se desenvolvendo, uma grande parcela da sociedade vivia na pobreza. O Senhor levantou aquele homem, um jovem que se tornou tão apaixonado pelo Senhor que dedicou sua vida ao amor pelas pessoas.


William Booth foi o fundador do Exército da Salvação, e os frutos de pessoas como ele e Corrie ten Boom vão para a eternidade. Hoje, pessoas encontraram um Deus que transformou suas vidas. Quando nos reunimos como igreja, nossa principal intenção deve ser desenvolver um relacionamento com o Senhor. Se você está aqui nesta manhã, é porque de alguma forma, mesmo que não na maior intensidade, você busca ter um relacionamento com o Senhor. E já há alguns meses que, de cima desse altar, todos que têm ministrado têm falado sobre a nossa relação com Deus.


Se pensarmos nas mensagens dos últimos domingos, lembraremos que temos falado da necessidade de criar uma relação com o Senhor. E, por mais óbvio que isso pareça, algo que minha esposa sempre me diz é que "o óbvio precisa ser dito". Então, mesmo sendo óbvio falar de uma relação com o Senhor, isso precisa ser lembrado. Eu e você precisamos desenvolver essa relação com o Senhor. Nos últimos dois domingos, Juliano pregou sobre Mateus 6, descrevendo a oração feita em um lugar secreto. É nesse lugar que começamos a cultivar um relacionamento com Deus.


Irmãos, não tem como nós olharmos para as Escrituras e não pensarmos que os homens e as mulheres de Deus, que a Bíblia conta suas histórias, foram pessoas que cultivaram esse lugar desde a criação, desde o Éden, desde o primeiro homem, Adão. O Senhor ama ser relacional com o homem e o Senhor. Ele ama tanto ser relacional que Ele nem é um. Ele é três em um, porque o Senhor preza por relações, e quando nós entendemos isso, nós vamos amadurecendo a nossa relação com o Senhor. Nós olhamos para a Bíblia e nós enxergamos esse livro como uma grande história de amor de um Deus que entregou o melhor que tinha por amor ao homem. Não tem como a gente olhar para as Escrituras e não enxergar através das letras, das linhas, das palavras, um amor de um Deus que foi ao extremo para tentar se relacionar comigo e com você.


E quando eu penso nisso, quando eu olho para a Palavra dessa forma o meu coração, ele fica completamente impactado e mexido de pensar. Senhor, existe um Deus que se relaciona, que busca se relacionar e a minha postura em relação ao Senhor, como eu tenho devolvido ao Senhor essa relação? E quando a gente fala de uma vida, de relação, de uma vida de entrega. Essa história de amor, ela precisa ter lugares de encontros, ela precisa ter lugares aonde você se retira para estar com ele simplesmente. Talvez para estar com ele, simplesmente para ouvi-lo. Sabe aquela pessoa que você ama? Você muitas vezes não fica com essa pessoa só por estar com essa pessoa? Não necessariamente você precisa estar fazendo alguma coisa, ou você precisa ir para algum lugar, mas você ama essa pessoa, e esse amor te leva a querer estar com essa pessoa.


Se nós fazemos isso uns com os outros, se nós conseguimos desenvolver relação uns com os outros, quanto mais o Senhor? Como está o calibre do seu eu, da sua relação com Deus? Obviamente, você não precisa me responder, mas pensa um pouco nisso nessa manhã. As motivações do seu coração de estar num lugar de encontro com o Senhor. E é maravilhoso nós olharmos para as Escrituras e nós enxergarmos relatos, histórias de homens e de mulheres que desenvolveram essa relação com Deus.



E quando a gente fala de encontro, de lugar, de encontro, de local separado para estar com Deus, desse momento com o Senhor. Essa relação envolve local e momento. Se você vai estar retirado com Deus num propósito, você precisa de um local e você precisa de um momento específico. E aí a gente pode citar muitas pessoas da Palavra que tiveram locais e momentos definidos para estarem nessa relação com o Senhor.


A gente começa pelo primeiro Adão, lá em Gênesis 3:8, um homem ao qual o Senhor vinha para se relacionar com ele. Que privilégio o próprio Deus vir para estar com Ele, caminhando, conversando, desenvolvendo uma relação em meio ao jardim. Um homem que conseguiu. A Bíblia não fala de quanto tempo houve da criação de Adão até a queda.


Pode ser dias, meses, anos. Não sei. Mas ele com certeza desenvolveu uma relação com o Senhor nesse período que ele foi criado, até o momento em que houve a queda. E a gente segue em outras histórias, como a história de Enoque também em Gênesis, no capítulo 5: 23-24, que diz que foi o homem que andou com Deus.


E é interessante porque no original essa palavra andar significa modo de viver. Então, Enoque foi um homem cujo modo de viver exalava a sua relação com Deus, ao ponto que ele foi tomado de intensidade de relacionamento. E a gente pode citar também eu gosto desse. Em Gênesis 24: 63, diz que Isaque ele meditava nos campos ao cair da tarde, e essa palavra.


Meditar no original pode significar refletir, falar, conversar, reclamar. Era um homem que todos os dias, ao cair da tarde, saía para estar com o senhor. Engraçado, porque muitas vezes a gente passa por textos como este de uma forma muito despercebida. Isaque ia meditar com o Senhor. Mas aqui reflete o relacionamento de um homem com Deus que se importava em ter tempo de qualidade com o Senhor.


Então nós estamos falando de locais. Nós estamos falando de momentos, pessoas que estavam em momentos específicos, em locais definidos para estar retirados com o Senhor, outra pessoa. Daniel, lá no capítulo seis, versículo dez, diz que Daniel subia para o seu quarto três vezes ao dia para orar a Deus para estar com o Senhor. E por fim, a gente pode citar o próprio Jesus.


E eu acho maravilhoso esse detalhe das escrituras. E esse relato está em Lucas 5:16 que diz que Jesus saía para locais solitários para orar. Quem melhor do que o próprio Senhor para nos ensinar a respeito da oração e de estar com Deus do que o próprio Deus? Jesus, como uma figura humana, mas também como o próprio Deus nos ensina num relato como esse, a importância de nós desenvolvermos a nossa relação com o Senhor.


Então, esses são alguns e a gente poderia ficar aqui horas e horas falando de pessoas que desenvolveram uma relação com o Senhor, de locais e momentos específicos nas Escrituras, onde as pessoas cultivavam a sua relação com Deus. E aqui nós chegamos em Isaías 6:1, que foi o texto que nós começamos nessa manhã. E é interessante esse texto. Eu estava meditando a alguns dias atrás, Eu estou fazendo a leitura, mais a Cris da palavra esse ano. A gente sempre gosta de variar de anos em anos para não ficar uma coisa muito monótona. Então, geralmente a gente segue planos diferentes a cada ano e esse ano a gente optou por ler um plano onde a gente lê o Velho Testamento uma vez e o Novo duas vezes ao longo do ano para conseguir ver o novo junto com o velho durante todo o ano. E eu estava lendo nessa semana, nesse dia específico sobre esse texto de Isaias 6. E esse texto saltou aos meus olhos. E é engraçado porque eu não sei se os irmãos compartilham dessa experiência, mas quando a gente está seguindo um plano de leitura, às vezes você fica tão focado em cumprir o plano de leitura que a leitura em si vai passando despercebida.


Aí você lê, lê e depois, se alguém parar e te perguntar que você lê, eu sei que é ali mesmo. E a gente está fazendo esse exercício lá em casa, no final do dia, a gente senta no período que a gente vai, vai lanchar e a gente é aí que você lê o que você entendeu. É quase uma professora ali tomando a tabuada do menino.

Mas isso é bom porque é uma prática para a gente dizer e lembrar aquilo que a gente leu, entendeu? E nesse dia específico, quando eu li esse texto, o senhor trouxe uma clareza no meu coração a respeito desse momento, porque aqui em Isaias 6é um local e um momento específico da vida desse profeta. 


A gente tem de fato aqui não está escrito, mas a gente infere que este homem estava no seu momento com Deus quando tudo isso aqui aconteceu. Mas antes de entrar de fato naquilo que eu quero dizer sobre este texto, a gente precisa entender algumas coisas desse contexto para esclarecer aquilo que o texto de fato diz aqui. Essa passagem específica, quando fala que Isaías viu o Senhor, ele começa dizendo: "No ano da morte do rei Uzias eu vi o Senhor". E continua o seu relato.


Mas primeiro a gente precisa entender quem de fato era Isaías. São duas pessoas de quem eu quero falar nesta manhã rapidamente, para a gente entender o texto: Isaías e Uzias. Isaías, de fato, era o profeta, aquele que estava vivendo a experiência com o Senhor e a Palavra. A Bíblia, quando fala de Isaías, conta em um livro que leva o seu próprio nome, que é o livro de Isaías. Isaías foi um homem que profetizou para o reino de Judá, especificamente. Ele foi um homem cuja palavra, o chamado, o ministério dele, era trazer especificamente para a nação de Israel uma mensagem de juízo, mas também uma mensagem de esperança e de restauração.


E quando a gente olha para a vida desse homem, lendo não só na Palavra, mas também o que estudiosos falam a respeito de Isaías, vemos que Isaías foi um profeta que profetizou durante o reinado de aproximadamente quatro reis de Judá. O primeiro deles é o próprio Uzias, e os que sucederam Uzias foram Jotão, Acaz e Ezequias. Então ele foi um homem cujo ministério foi muito grande e extenso, profetizando por aproximadamente mais de 50 anos. Mas basicamente os relatos desse ministério profético de Isaías começam aqui, nesse capítulo 6.


É engraçado porque a Bíblia, apesar de o livro de Isaías ser um livro profético que menciona basicamente as profecias que o Senhor trazia sobre ele, tem alguns pontos interessantes que mencionam sobre a vida do próprio profeta. Por exemplo, Isaías era um homem casado. A Bíblia não diz o nome da esposa dele, mas se refere a ela como a "profetisa". Então, os estudiosos entendem que ela também era uma mulher que profetizava, assim como ele. E no livro de Isaías menciona-se que ele teve dois filhos. E é curioso porque os nomes dos filhos de Isaías carregavam o peso do significado da sua mensagem.


O Velho Testamento tem muito disso, principalmente nos livros proféticos, onde os filhos dos profetas têm nomes cujo significado reflete a mensagem que eles profetizavam. Então, Isaías, como dizem os estudiosos, provavelmente tinha um lar piedoso. Era uma casa formada por ele, sua esposa e seus filhos, e eles desenvolviam uma relação com o Senhor.


Isaías é conhecido como o "Evangelho do Velho Testamento", pois ele fala muito a respeito de Jesus e das profecias relacionadas ao Messias. A ênfase da mensagem de Isaías era dizer que o reino de Jesus traria justiça às nações, restauração da aliança, luz aos gentios, expiação pelos pecados e a ressurreição dos mortos. Isaías foi um homem que profetizou a mensagem do Senhor. Então, guarde no coração o entendimento de quem era esse homem para que possamos entender Isaías 6:1.


O segundo personagem que é mencionado nesse versículo é o próprio Uzias. É engraçado porque o texto diz apenas "no ano da morte do rei Uzias", mas a Bíblia conta um pouco mais sobre Uzias. Quando Salomão morre, o reino de Israel é dividido em dois reinos: o reino do norte (Israel) e o reino do sul (Judá). A partir desse momento, cada um desses reinos começou a ter seus próprios reis, e outros reis vieram a sucedê-los posteriormente.


No reino de Judá, Uzias foi o décimo rei. O pai dele, Amazias, também foi rei, e Uzias subiu ao trono aproximadamente 800 anos antes da manifestação de Jesus. Lá em 2 Crônicas, no capítulo 26, é onde lemos mais sobre Uzias. No versículo quatro, diz que "Uzias fez o que era reto aos olhos do Senhor". Quando se observa a vida de Uzias, percebe-se que seu reinado foi muito bom para o povo de Judá. Depois que Salomão morreu, Uzias foi um dos melhores reis para o reino de Judá.


Mas por que ele foi bom? A Bíblia mesma diz: porque ele melhorou as defesas de Jerusalém (a sede do reino dele em Judá), reorganizou o exército, inovou com tecnologia militar, consolidou rotas de comércio e indústria, e lutou contra povos como os filisteus e os árabes, além de receber tributo de inimigos. Ele era um rei muito eficiente, um líder que promoveu o crescimento e a segurança do reino de Judá. A reputação de Uzias era tão grande que ele era conhecido até em outras nações, como no Egito.


Mas o que acontece? Uzias começou bem, mas terminou mal. O texto continua dizendo que aquele homem se tornou muito orgulhoso por causa de sua fama e conquistas. Em um ato de vaidade, ele tenta entrar no templo para oferecer sacrifícios, algo que era função exclusiva dos sacerdotes. Esse foi o momento da queda de Uzias. O Senhor o feriu com lepra, e ele terminou seus dias doente e isolado. Apesar disso, ele continuou sendo muito amado pelo povo de Judá, por tudo o que promoveu e pelo significado que ele carregava para a nação.

Uzias era um símbolo de esperança, segurança e confiança para o povo. As figuras reais eram muito emblemáticas para as nações, e no caso de Uzias, ele transmitia uma sensação de segurança para o povo de Judá. Os estudiosos dizem que aquele foi um dos melhores momentos para o reino de Judá, assim como no reino de Israel, que naquele mesmo período era governado por Jeroboão II, um outro rei aparentemente bom.


Agora, com isso tudo em mente, vamos falar sobre Isaías 6:1. Nós precisamos entender quem era Isaías e quem era Uzias para compreender o que está acontecendo neste texto. Isaías fala uma expressão muito interessante: "No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor". Quando analisamos a palavra "vi" no original hebraico, percebemos que significa muito mais do que apenas "ver". Ela envolve examinar, perceber, considerar, dar atenção, olhar intencionalmente para contemplar.


Isaías não apenas olhou para o Senhor; ele contemplou, deu atenção e percebeu o que estava diante dele. Um exemplo simples para explicar isso: sabe quando você passa pelo mesmo lugar todos os dias, seja dirigindo ou andando de ônibus, e de repente um dia você percebe algo que nunca tinha notado antes? Acontece porque, apesar de passar por ali todos os dias, você nunca tinha parado para realmente prestar atenção. É como se algo que estivesse ali o tempo todo finalmente chamasse sua atenção. Foi mais ou menos isso que Isaías vivenciou. Ele não só viu o Senhor, ele deu atenção, contemplou e percebeu algo extraordinário. Irmãos, e como eu diz a Palavra não diz, mas tudo indica que aquele era um momento onde Isaías estava com o Senhor. Provavelmente ele estava retirado no momento de oração, num momento de meditação. Não sei, não fala, mas a gente vai deduzindo algumas coisas dessa leitura que ele viu nesse momento específico, porque ele estava ali para o Senhor.


E é interessante porque essa palavra aparece nas Escrituras, no Velho Testamento, em várias outras passagens, mas tem duas que eu acho que merece destaque a gente falar que é lá em Gênesis, no capítulo 32 30, você não precisa abrir, mas diz assim E chamou Jacó o nome daquele lugar, Peniel, porque dizia Vi Deus face a face, e a minha alma foi salva.


E é interessante porque essa palavra aparece nas Escrituras, no Velho Testamento, em várias outras passagens, mas tem duas que eu acho que merecem destaque. A primeira está lá em Gênesis, no capítulo 32:30, que diz assim: "E chamou Jacó o nome daquele lugar, Peniel, porque dizia: Vi Deus face a face, e a minha alma foi salva."

Essa palavra "vi" aqui em Gênesis é a mesma palavra quando Jacó tem um encontro com o Senhor, e ali é o momento em que a vida dele muda. Lá em Peniel, naquele lugar que ele denomina Peniel. Aqui a palavra é a mesma coisa. Ele percebeu, Ele contemplou, Ele deu atenção ao Senhor. Outra passagem é Juízes 6:22: "Viu Gideão que era o anjo do Senhor, e disse: Ai de mim, Senhor Deus, porque vi o anjo do Senhor face a face."


Aqui também no livro de Juízes está contando quando o anjo do Senhor encontra Gideão e onde esse anjo traz uma mensagem para ele se levantar como um homem, para levantar o povo de Israel naquele momento para guerrear. É a mesma palavra. Então, nós temos aqui Isaías, nós temos Jacó, e nós temos Gideão, que na mesma experiência, nas suas particularidades, eles perceberam, eles viram, eles olharam, eles deram atenção para o Senhor.


E aí eu volto um pouco para as nossas vidas. É difícil, mas muitas vezes, irmãos, nós vamos para esse lugar de comunhão com o Senhor e a gente faz tudo, menos dar atenção para o Senhor. Muitas vezes a gente vai para esse lugar de relacionamento com Deus e a única coisa que não existe ali é relacionamento. A gente pode ir por vários outros motivos. Você pode ir para cumprir tabela, você pode ir porque alguém fala para você que você tem que ir. Você pode ir porque você sabe que tem que ir, mas você não quer ir. Ainda assim, você vai, enfim.


E aí eu olho para essa palavra de Isaías e fico meditando. Falei: "Senhor, mas Isaías estava nesse lugar de encontro. Isaías estava descrevendo uma visão que ele teve do Senhor, mas por que Isaías diz sobre Uzias? Por que ele começa dizendo: 'No ano da morte do rei Uzias eu vi o Senhor?'" Foi isso que chamou minha atenção quando eu estava no meu devocional.


Porque o que chamou minha atenção? Porque a gente ouve muitas palavras a respeito de Isaías, que teve uma visão, aquilo que se sucede daí para frente. Eu vi e aconteceu isso, isso, isso, mas muito pouco a gente ouve falar de Uzias. O que Uzias tem a ver com esse relato da visão do profeta? E aí a gente volta, depois de ter entendido um pouco quem era Uzias. Uzias era aquele símbolo de esperança, de segurança e de apego para a nação. Mas, olhando para a história, para a vida do próprio profeta, Uzias também poderia ser esse símbolo. Os estudiosos falam que Isaías era primo de Uzias. Uzias era rei. Então, de alguma forma, Isaías fazia parte da linhagem real. De alguma forma, essa figura de segurança para a nação também era uma figura de segurança para o profeta.


Ele tinha também, a Bíblia não fala, mas a gente vai inferindo, de alguma forma, uma segurança por estar ali envolvido na família real. Só que a Bíblia diz que Isaías teve os seus olhos abertos no ano da morte de Uzias, ou seja, após a destruição de um símbolo de segurança humana, foi que os olhos do profeta se abriram. E a nossa relação com Deus irmãos, essa relação que nós desenvolvemos, muitas vezes a gente limita essa relação aos nossos próprios símbolos de segurança. Uzias era um símbolo, uma figura de segurança para a nação. Quando essa figura é destruída, os olhos do profeta se abrem. E aí a gente tem uma sequência de coisas que acontecem. Mas quando a gente traz para as nossas vidas, eu e você, muitas vezes nós temos os nossos próprios símbolos de segurança.


Talvez o seu símbolo de segurança seja a sua família, o seu trabalho, os dons que Deus te deu, ou as características que você tem. Enfim, a gente começa a se apegar a coisas naturais, mas o que a gente não percebe é que estar apegado a esses símbolos de segurança pode estar limitando os nossos olhos de serem abertos nesse lugar de relacionamento com Deus.

Uzias era um homem que, no momento em que ele morre, os olhos do profeta se abrem. Esse símbolo é destruído ali figurativamente, mas a figura de Uzias para as nossas vidas também pode representar isso. Pode representar coisas que eu e você estamos segurando e que têm travado o nosso relacionamento com Deus. E eu separei três símbolos básicos de segurança e apego que nós temos: apego em pessoas, apego em bens materiais e apego em nós mesmos.


São categorias de coisas que nós vamos criando, e é como se fosse uma muleta, sabe? Uma escora onde, se aquilo ali não estiver legal, o relacionamento com Deus também não vai dar muito certo. Aí isso começa a influenciar a relação com o Senhor. Eu acho que muitos de nós temos essas três categorias na nossa vida. Quando a gente fala em apego a nós mesmos, eu me lembro de um período em que eu ainda era estudante, no ensino médio, e eu sempre fui uma pessoa que gostou muito de estudar, de ler. Me dedicava realmente a estudar, e me lembro que num determinado período eu comecei a estudar uma disciplina nova e, apesar de ser muito dedicado, eu não conseguia compreender. Irmãos, era uma coisa inacreditável para mim naquele momento, que eu estudava, estudava, estudava, e parecia que o negócio não entrava na minha cabeça. Eu falava: "Deus, o que está acontecendo?"

Estou estudando, mas não estou entendendo. Eu tinha um apego tão grande em mim mesmo, naquilo que eu já era, naquilo que eu já tinha construído, que aquilo para mim era difícil de entender. Eu tinha um apego nas características e nos dons, enfim, no estudo, das qualidades que eu tinha, e aquilo ali pra mim não fazia sentido.


Num outro momento da minha vida, falando sobre apego a bens, logo depois que eu e a Cris nos casamos, no mês de dezembro de 2016, ela se formou no meio do ano de 2016, seis meses antes, e eu me formei seis meses depois de casado. Foi um período muito engraçado, porque eu trabalhava em um lugar até esse período. Formei trabalhando nesse lugar e, por conta de uma mudança no local de trabalho, eles encerraram seus contratos e eu saí desse emprego. Já estava formado, e a Cris já estava formada. Isso foi um pouco antes da pandemia. E aqui eu quero falar para vocês de apego a bens. Nós entramos num período engraçado, porque eu comecei a procurar emprego.


Eu acho que eu e a Cris alternamos muito. Nesse período, ela estava trabalhando e eu comecei a procurar emprego. E eu procurava, procurava, procurava, procurava, e não achava nada. Eu falava: "Deus, não é possível". E eu nem vou dizer para vocês que eu estava procurando emprego na minha área de formação. Eu estava procurando emprego para trabalhar, para suprir as nossas despesas.


Era um apego necessariamente a um bem, naquele caso, a um trabalho que ia promover recursos que eu não estava enxergando, que eu precisava era do dom do recurso, mas eu estava ali. Eu quero recursos, quero recursos, quero recursos. Queo emprego, emprego. Irmãos, isso durou mais de ano, tá? Deus foi ali me ensinando, acho que de conta-gotas, a entender o que era essa dependência que eu ainda não tinha entendido, mas era um apego a coisas materiais. E por fim, quando a gente fala apego a pessoas, eu me lembro de uma história. Essa é a mais recente, deste ano, e no meu atual trabalho surgiu uma possibilidade de uma mudança e seria uma mudança benéfica em todos os sentidos. E uma pessoa específica disse que iria me ajudar nesse processo e intermediar essa mudança para que ela acontecesse.


Irmãos, aí eu mais uma vez caí no apego às pessoas. Aí parece que as minhas orações, apesar de orar a Deus, eram assim: “Senhor, use o fulano lá para dar tudo certo, Senhor, olha a pessoa lá, vai ajudar, Senhor.” Eu estava querendo ensinar a Deus como fazer um negócio dar certo. Mas o que isso queria dizer?

E não deu certo, irmãos, mais uma vez, tá? É por isso que eu falei que são tristemunhos. Esse aqui eu ainda não entendi muito bem, entendeu? Ainda tem uns “lero” com Deus aqui, mas eu acho que uma hora ele vai me falar. Mas o que eu estou querendo dizer para vocês é que os nossos símbolos de segurança, eles não podem existir.


Quando nós estamos apegados a esse tipo de coisa, irmãos, há um bloqueio daquilo que Deus quer revelar para nós. As coisas simplesmente não acontecem porque as nossas expectativas nos levam a Deus carregados. Você vai para um lugar de encontro com o Senhor, mas já tem uma lista pré-estabelecida e quer que essas coisas aconteçam. Você já está totalmente apegado às coisas desse mundo, a pessoas, a bens, a você mesmo. E aí você leva tudo aquilo pra Deus e ainda quer que Ele traga uma revelação para sua vida e para minha vida. Quantas vezes a gente não vai assim para o Senhor? Estamos transbordando de coisas naturais, transbordando de coisas deste mundo, e queremos que o Senhor nos encha. Aí vamos para o lugar secreto e falamos: "Deus, me enche", mas já estamos cheios, cheios daquilo que não é o que o Senhor quer nos encher.


Eu acho interessante porque, para Isaías, a revelação veio exatamente num momento em que ele estava desapegado desse símbolo natural. Então, talvez, irmão, você está indo para esse lugar de encontro, querendo estabelecer uma relação saudável com Deus, e não está dando muito certo. Ou talvez você não está conseguindo romper nisso, mas seu coração pode estar cheio de coisas que Deus está dizendo para você abrir mão.


Deixa isso de lado, vem para cá vazio, desapegado, com o coração disposto a receber aquilo que eu quero te dar. Irmãos, os nossos olhos serão abertos nesse lugar quando formos com o coração assim. Sua vida de relação com Deus vai romper, vai se transformar, se você conseguir não estar apegado a coisas e pessoas. E mesmo que essas coisas e pessoas sejam legítimas, eu não estou dizendo que é pecado. Eu não estou dizendo que você não possa ter riqueza, ou que você não possa ter pessoas que te apoiem, ou que você não possa usar os dons que Deus te deu para desenvolver sua vida. Mas você não pode se apegar a essas coisas.


Isso não pode ser sinônimo de segurança para você e para mim. Se chegarmos a um lugar onde o Senhor não vai conseguir trazer algo novo sobre nossas vidas, sabe o que precisamos? Precisamos ir para esse lugar, perceber, olhar, contemplar o Senhor, estar dispostos a entrar em um lugar onde as coisas não limitam a atuação do Espírito em nossas vidas.


E olha que coisa interessante: quando damos sequência ao texto de Isaías 6, começamos a ver o que aconteceu na vida de Isaías. Como eu falei para vocês, Isaías 6 é o início e o marco inicial do ministério profético de Isaías. A partir do momento em que ele teve aquela experiência com o Senhor, ele começou a entender o propósito de Deus para sua vida.

Ele entendeu sobre vocação, propósito, missão, e a identidade que ele tinha no Senhor. Irmãos, isso fala muito sobre nós, porque talvez só o meu e o seu desapego desses símbolos de segurança que temos pode trazer resposta para questões que estão paradas em nossas vidas há anos. Crises de identidade que muitas vezes temos em Deus, crises de não saber o que o Senhor quer de nós.


Eu sei que aqui ninguém tem isso, amém, mas para quem tem aquelas crises: “Deus, o que o Senhor quer de mim? O que eu vou fazer? O que o Senhor deseja?” As respostas vêm simplesmente por um ato de estar no lugar certo, com o coração aberto. Irmãos, Deus nos chama a perceber, a observá-lo, a contemplá-lo, a ir para esse lugar secreto, mas estar entregues a Deus, abertos, dispostos.


E é engraçado, porque, mais uma vez, tomando a vida de Isaías como exemplo, quando ele teve essa experiência, aquilo que o Senhor trouxe para ele não foram palavras suaves e fáceis de ouvir. O Senhor disse: "Você vai ter um ministério para um povo que não vai te ouvir, para um povo que não vai obedecer."

Mas você precisa falar. E é engraçado porque, estando nesse lugar com o coração aberto, às vezes o Senhor traz coisas diferentes daquilo que nós queremos, mas aceitamos porque entendemos que a vontade de Deus é melhor. Com certeza, se Isaías fosse escolher, ele queria pregar para um povo que aceitaria, que estaria com o coração aberto à mensagem que ele ia levar.


Mas como ele estava nesse lugar, com o coração aberto ao que o Senhor trouxe, qual foi a resposta dele? "Senhor, eis-me aqui." Deus pergunta: “Quem vou enviar?” Ele fala: "Eis-me aqui. Estou disposto a fazer isso." A nossa resposta ao Senhor pode determinar o nosso destino como homens e mulheres nesta terra. Depende do que você vai dizer para o Senhor no seu lugar de intimidade.


Depende da resposta que você vai dar para aquilo que Deus está te chamando a fazer, para aquilo que Ele já trouxe ao seu coração. Quando entramos nesse lugar, com o coração aberto, dispostos a contemplar o Senhor, essas coisas fazem sentido para nossas vidas.

É engraçado porque, mais uma vez, tomando a vida de Isaías como exemplo, quando Isaías teve essa experiência, aquilo que o Senhor trouxe para Isaías não foram palavras suaves e dóceis ou fáceis de ouvir. O Senhor falou para ele que ele teria um ministério para um povo que não iria ouvi-lo, para um povo que não iria obedecer. Mas ele precisava falar. E é interessante porque, estando nesse lugar com o coração aberto, às vezes o Senhor traz coisas diferentes daquilo que queremos, mas aceitamos porque entendemos que a vontade de Deus é melhor. Se Isaías fosse escolher, ele queria pregar para um povo que aceitaria. Ele gostaria de pregar para um povo com o coração aberto à mensagem que ele levaria.


Mas como ele estava nesse lugar, com o coração aberto, qual foi a resposta dele? "Senhor, eis-me aqui." Deus perguntou: "Quem enviarei?" E ele respondeu: "Eis-me aqui, eu estou disposto a fazer isso." A nossa resposta ao Senhor pode determinar o nosso destino como homens e mulheres nesta terra. Depende do que você vai dizer ao Senhor no seu lugar de intimidade.

Depende da resposta que você dará ao que Deus está chamando você a fazer, ao que Deus já colocou em seu coração. Quando entramos nesse lugar com o coração aberto e disposto a contemplar o Senhor, essas coisas fazem sentido para nossas vidas.


Lembrando o exemplo que dei das pessoas no início, irmãos. Que sentido há em correr o risco de morrer, de ser preso, perseguido ou destruído para salvar a vida de pessoas que nem são da sua família de sangue? Tem que ser algo extraordinário, um amor, uma resposta, um encontro muito especial com Deus para te levar a viver isso como aquela mulher viveu. A resposta de Deus para as nossas vidas, o senso de propósito está em nós. Percebemos isso quando nosso coração se abre e diz: "Senhor, o que o Senhor quer de mim? Qual é de fato a Sua vontade para minha vida?" E é apenas uma vida de relacionamento com Deus que trará essas respostas. É relacionamento, irmãos. Exige entrega, tempo e esforço.


Até que construamos essa relação. Pense em uma relação humana, uma amizade ou um casamento. Não exige tempo e entrega para conhecer a outra pessoa, para aprender o que ela gosta e não gosta? Nossa relação com o Senhor não é diferente. Precisamos dedicar tempo para entender sobre Ele. E é interessante porque, voltando ao início do culto, nas declarações de amor que expressamos ao Senhor, para muitos, dizer essas palavras não faz muito sentido, pois ainda não têm uma relação verdadeira com Ele, não o conhecem ou não o amam.


Quando amamos alguém, declaramos nosso amor de maneira espontânea, porque o que sentimos é genuíno. Às vezes, nosso encontro com Deus é engessado porque não conhecemos o Senhor, não sabemos o que Ele deseja ou gosta. Isso limita e gera bloqueios. Mas acredito, irmãos, que o

Senhor quer derrubar esses bloqueios em nossas vidas. Acredito que Deus quer que rompamos com essas figuras de segurança para que nossa relação com Ele amadureça e se desenvolva.


Que nesta manhã você saia daqui pensando: "Senhor, preciso desapegar meu coração do que não vem de Ti. Preciso entregar meu coração ao Senhor para que o que o Senhor deseja seja ministrado ao meu coração." Essa é a vontade de Deus. O Senhor é relacional. Ele espera uma resposta nossa para esse lugar de encontro.

Eu me lembro do texto de Gênesis, no capítulo 3, versículo 8, que diz que o Senhor descia ao jardim para estar com o homem. Isso me impressiona porque mostra o quanto Deus se importa em estar conosco, e a Palavra diz que nosso Deus é o mesmo ontem, hoje e eternamente.


Aquele mesmo Deus que se importava com Adão e Eva se importa comigo e com você. Ele é um Deus que nos espera. Uma vez ouvi alguém dizer: "Deus vai ao lugar de encontro, mesmo que você não vá, Ele está lá."

Você vai deixá-lo esperando? Mesmo se furarmos o encontro, Ele nunca se ausenta. Ele sempre está lá. Então, vamos para esse lugar, irmãos. Vamos amadurecer nossa relação com o Senhor e permitir que nossas vidas não sejam movidas pelas coisas deste mundo, mas por uma relação saudável com Ele.

Amém.


Mensagem ministrada na Comunidade de Cristão Betesda na manhã de domingo em 08 de setembro de 2024 por Alehandro Henrique

 




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